A Mariana propôs-me um desafio . . . Definir Amor . . .
Acho difícil definir algo que sentimos e não faria qualquer sentido colocar aqui uma citação do dicionário ! Na minha opinião, o sentimento "Amor" é sentido, expresso e vivido de maneiras diferentes por cada um de nós. . .
Não consigo reduzi-lo apenas em palavras, por muito que me esforçasse sairia sempre incompleto e assim perderia o significado que tem para mim. Por isso não vou conceptualizá-lo, não gosto de coisas incompletas.
Deixo aqui um texto que escrevi para um concurso de prosa e poesia da escola . . . É dirigido a ti, Amor . . . (Não fiques comigo apenas nos dias especiais, acompanha-me sempre está bem?)
"Por muito já passei, momentos bons e momentos maus, diversas experiências já vivi. Experiências estas que me rechearam a alma e conseguem ainda vibrar o ser dentro de mim. Aqui confesso uma pequena coisa: esqueci-me que existias, esqueci o quanto és importante, coloquei tudo o que não devia à tua frente. Enchotei-te como se de uma pedra que empatava o meu caminho se tratasse, quase te deitei fora. Sabes? Não te dei a devida importância. Sim, és tu, Amor! És tu que consegues encher este mundo com as mais diversas sensações e emoções! É sabendo que existes e que te posso transmitir às outras pessoas que dás sentido a tudo isto que me rodeia. Eu sabia que te tinha dentro de mim, mas não sabia que eras tão poderoso. Não sabia que ao mostrar amor e afecto pelos outros, me faria sentir tão bem! Livre, orgulhosa, feliz! Sentindo-me, sim, uma verdadeira pessoa, uma pessoa completa!
Dentro de cada um de nós há um mundo no qual criamos, inventamos, destruimos ou estruturamos. Cada um ao seu tempo, cada um à sua maneira. Tu, Amor, és como pontes essenciais neste mundo sem fronteiras. Tu fazes com que cada um de nós se sinta vivo, no sentido literal da palavra. Estabeleces ligações poderosas na vida: temos amor por nós, pelas pessoas que nos rodeiam, amor àquilo que observamos a cada dia, a cada instante. És essencial e, neste meu percurso, culpo-me de te ter afastado de mim. Eu sei que todos nós crescemos, vamos aprendendo a viver à medida que o tempo passa, mas és algo básico em cada um de nós, básico no sentido de um sentimento que não poderá ser ignorado. Ignorei-te por considerar que não eras importante, que nunca me poderias fazer feliz. Então, e essa felicidade que procuravas? Perguntas tu. Vou sentindo-a agora aos poucos, a partir do momento que descobri a magia que provocas.
É o sentir paixão por qualquer coisa, amor e carinho por todas as pessoas que simplesmente me esboçam um tímido e puro sorriso ou um grande “Bom Dia”. Sentir que à minha volta se reunem pessoas magníficas, que gostam de mim como verdadeiramente sou, pessoas estas que não se importam de observar, nem que seja por breves momentos, uma pior cara, aquela face que não esboça a alegria habitual mas sim, uma outra, mais abatida, “em baixo”. É sentir-me assim, cheia, a transbordar, recheada de amor que tenho necessidade de também te transmitir. E é aqui a melhor parte, quando sais do meu ser com o teu jeito cuidadoso e carinhoso, que anseia por se espalhar nesta imensidão de espaço, devagarinho como as águas de uma ribeira que corre sem pressa para chegar ao seu destino. Aí sinto-me bem, sinto-me capaz de ultrapassar tudo, porque sinto que dei aquilo que durante muito tempo me deram e eu não fui capaz de retribuir.
Promete-me agora que não me abandonas, por muitos sentimentos que se apoderem de mim, não saias do meu coração, não faças desaparecer esta magia dentro de mim, este mundo, esta minha maneira de ser. Promete-me que não me deixas sozinha, que impedes de entrar novamente dentro de mim aquela sensação obscura, fria e gélida de vazio, de ar insuportável para respirar. Promete que me proteges, que ficas comigo. Tu mudaste a cor do meu mundo, da escala cinza para aquela cheia de cores infindáveis, mudaste a maneira como os meu olhos viam. Promete-me que estarás lá nos piores momentos, que não me deixas ir novamente abaixo, que estarás lá para me relembrares o quão bom é a vida para lá do escuro, para lá do nevoeiro. Promete-me, Amor, e perdoa-me o meu antigo esquecimento. Fica comigo! Fazes-me bem, fazes-me sorrir!"