Não me importo de ser assim. Não me importo de entrar e sair da esfera, faz-me bem.
Hoje parei por momentos, sai por várias vezes da esfera. Estava perto de um sitio de diversas recordações tanto boas como más. A lua por cima iluminava a Terra no seu jeito, modo solitário. Venham, saiam comigo da esfera, façam-me parecer todo este distanciamento normal. Serei eu a esquisita?
Por vezes penso que atrofiei.
Não me considero velha, mas sim resguardada. Talvez protectora de mim, dos meus ideais, da minha consciência. É estranho. É o saber que mais do que aquele momento não dá mais.
Pergunto-me muitas vezes se sou normal! Choro, angustio-me com isso.
Como é que as pessoas aprendem algo comigo se sou distante e ao mesmo tempo transparente como a água límpida de um oceano?
Não sei.
É a protecção que me mostram que têm comigo, é o carinho, o "sempre que precisares de alguma coisa estamos aqui!", é o gostarem da minha companhia, da minha alegria, por vezes até dos meus desabafos e choros inesperados.
Aprendem comigo como?
Se por instantes no tempo fosse como a areia de um deserto que se deslocasse para muito longe como seria? O que restaria?
Pergunto-me tantas vezes.
A noite tem este poder em mim, existe um "click" que diz: "Chega Ana, não dá mais."
Os meus outros momentos, dos milhões que tenho.
(no outro dia deram-me um abraço exactamente no momento que precisava, Obrigada Fofinha.)