Despeja, retira tudo o que tens. Solta-te, sente-te livre, livre de preconceitos e cerimónias. Fecha os olhos e esquece por momentos. Esquece por momentos que o mundo é assim ou assado, que tens de fazer isto ou aquilo, que está próximo o fim ou o começo. Esquece, esquece isso. Afasta a capacidade de pensar e raciocinar, esquece a capacidade de analisar e justificar.
Esquece por momentos que está um calor horrível e que tens de fazer milhões de exercícios de matemática, esquece que és organizada e és boa aluna. Esquece por momentos tudo o que te rodeia, tudo o que te liga a diversos contextos. Esquece. Aconselho-te a sair um pouco, aconselho-te a viver mais, números para que te quero? Eu valho números, eu, tu e todos nós. Uma pessoa reduzida a um número, justo ou injusto, um número escrito num papel. Esquece, esquece que te submetes, essencialmente vive para ti e para o que és, vive porque mereces. Vive para melhorar a cada segundo, melhorar e aumentar a tua capacidade mental, crescer mentalmente.
Dentro de uma caixinha bem bonita guarda tudo, desde os sorrisos aos dias estúpidos, guarda tudo e avança com a tua caixinha.
Virão agora surpresas, dias novos, coisas novas. Luzes, movimento...
Venham, venham eles...
(e apetece, apetece escrever até o dedos não conseguirem mais. Sim, hoje vejo uma pequena gota de água e posso escrever sobre ela. Minhas meninas!)