Um segundo, um minuto, horas passam e tudo fica na mesma. O quarto na penumbra, as estrelas brilhantes lá em cima, a música toca num mecanismo já habitual e monótono. Caem lágrimas, doem os olhos, a dor de cabeça vem, os pensamentos lógicos retraem-se, o desespero instala-se, a coerência foge de um mal repentino, a posição fetal vem para me proteger.
O que és? Não sei, sei apenas que vieste.
Talvez se desistisse de lutar, talvez se apenas me lixa-se. Cansei-me sabes disso.
Sim, tudo parece simples e pouco difícil de completar, mas se me explicassem porque é que tudo se torna tão grande na minha cabeça até agradecia. Eu sei que sou mais forte que isto, eu sei, mas estar a porra de todos os segundos a aguentar, a superar, a ultrapassar, a ganhar constantemente vitórias e ao mesmo tempo derrotas é cansativo. E não me perguntem se já estou melhor, ou se ainda faço isto ou aquilo, se penso ou não penso, prefiro que não me perguntem. Eu vou indo não vêm? Uma rapariguita normal de um lado para o outro.
Desculpa Mãe por não te ter respondido.
Promete que ficas mesmo a meu lado e não me largas.