Fico assim, não por ti, nem por ninguém, fico assim por mim. Não sei o que é que está errado ou o que não bate certo só sei que sinto desconforto, que dói e poucos entendem. Não culpo, cada um sabe de si, mas irrita-me, irrita-me tudo. Irrita-me talvez os "rituais" e os "apagamentos", irrita-me sentir intensamente os altos e baixos e saber que virão mais ou que, os baixos se prolongam mas escondidos, só a darem-me cócegas para não me esquecer deles. Ver as pessoas ultrapassarem o rio e eu ser muito lentinha. Impaciente eu sei, eu só desejaria que tudo terminasse bem rápido, que o tempo corresse à velocidade da luz.
Não há nada, não sinto rigorosamente nada a não ser este ser estranho. Só sei que tenho medo, sou estúpida, estou cansada e apetece-me gritar bem alto, descontrolar-me completamente e levarem-me daqui, para um cubículo bem fechadinho.
"A verdade é que não vale apena."
Agarra a minha mão e sossega-me, diz-me ao ouvido que tudo irá passar novamente.
Acredita em mim como? E se volta tudo ao mesmo? Eu não sei onde está aquilo que me torna especial. Apoia-me, está lá com um cartaz mas... E se eu continuar a caminhar sem rumo, se no fundo não fizer sentido?
(não se esqueça de mim)
Fez-me bem partilhar e ouvir, fez-me bem ouvir-te como se me ouvisse a mim. Não sabes o quanto me fez bem, obrigada. O mundo é pequeno e, ainda bem!
Finalmente em casa, no meu espaço. Meus meninos cada dia gosto mais de vocês.