Sai daquele espaço, entrei dentro do elevador, disse para mim: "Vá Ana não chores, aguenta, não há razões, isto é normal."
"Eu sei que nem todos os dias são manhãs de sol."
... mas por muito que saiba não impede nada. Eu sei, eu sei muito mas na verdade, na acção, tudo se modifica. Quando temos que lidar com os sentimentos fica diferente.
Passei na rua, com o choro trancado na garganta e as lágrimas contidas nos olhos, "estou na rua, não posso chorar". Deu-me aquele aperto, quando se está a conter algo incontrolável, dói, dói muito. Cada vez que passava uma pessoa olhava para baixo, eu sabia tinha os olhos vermelhos. Não conseguia respirar, que horror parece que ainda estou a sentir, aquela sensação de não ter oxigénio para respirar, de respirar ofegante.
Horas tardias, um "Olá, sou eu a Ana." e um pedido "Não se esqueça de mim.". Cheguei-me a si e deixei-me estar. Clarifica-me as ideias e os sentimentos, fico melhor. Naquele momento a minha bolha estava cheia, tinha tanta coisa para dizer.
A insegurança é um mal tramado, tenho medo de perder as pessoas, que elas saiam como entraram, que se esqueçam.
Finalmente hoje é o dia dos miúdos! Hoje estou para eles e à tardinha estarei para mim. Sossego.
Sabes? Queria falar assim mais vezes contigo, tenho saudades. Obrigada por ontem.