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Observo rigorosamente. O que estará a pensar? O que passará na sua cabeça?
Oiço de fundo o som da voz do professor de psicologia, hoje quero introduzir-me dentro de mim, quero sair deste ambiente avaliativo.
Uma pessoa, outra pessoa. À minha volta milhões de pensamentos e ideias girando, rodando numa esfera viva de espaço e de tempo, em diversas dimensões (levantei a cabeça por momentos, chamaram-me, saí da minha esfera mas voltei a entrar). Pára Ana. Estás cansada, por um motivo qualquer. "O que se passa?", perguntam-me. Não sei responder.
Ora entro num sitio ora noutro. Ora a minha cabeça gira a 100 à hora, absorvendo sentimentos de agitação, alegria e paixão. Ora entro noutro mundo de protecção, refugiando-me no que sou, conservando-me inteira, intacta, exactamete assim como sou. Páro. Por fim, junto ambas as partes de mim.
Acho que preciso disso sim. Talvez tornar-me um pouco irresponsável. Sou demasiado metódica e rigorosa. Tem de estar tudo sob-controlo. Esta é a minha pior parte.
Não sonho.
Não imagino.
Desejo que me desejes.
Desejo que venhas e preenchas aquele espacinho.
Abraça-me.
(não sei quem, alguém no espaço e no tempo certo)
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Aula de Psicologia.
Hoje saí de antena.