Eu passo e olham-me, desvio o meu olhar, não quero que o captem, é só para quem merece. Afinal o que é que eu tenho? Vá, digam-me. Emito luz? Emito conhecimentos assim só de vista? Estou mal penteada ou mal vestida? Tenho alguma coisa de mal? Pressentem coisas más ou boas? Porque é que olham?
Eu queria que não olhassem dessa maneira, não gosto portanto vou desviando o meu olhar, até ao dia... Até ao dia que captarás o meu olhar e não vou conseguir desviar, irás olhar por dentro e decifrar, vais provocar em mim a vontade saciante de querer conhecer-te e descobrir, vais provocar-me, tu sabes, tu conheces-me como ninguém...
Enquanto não tenho tempo para ti, enquanto o próprio tempo passa eu vou restabelecendo-me, vou encontrando a paz, a tranquilidade e o equilibrio. Tem de ser, se viesses já também não seria a altura mais correcta.
Estabelecer objectivos? Simplesmente sinto-me bem a ajudar os outros, a ouvi-los e conseguir que saiam um pouco da realidade restrita em que se encontram e encontrem outro caminho, não me sinto mal, não, em escolher este caminho. Já não me custa ouvir e ver as caras de desapontamento, não, simplesmente agora o que me deixa atrás sou eu. Não sei se conseguirei percorrer esse caminho que tanto anseio, acho-me fraca. Não sei se tenho estofo, se já cai então será mais fácil ter sucessivas quedas.
Tenho dias que sou a pessoa mais positiva, outros que simplesmente não acredito em mim.
Está quase e tenho medo.