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Estás ai. Pára. Deixa-me ir ter contigo.
Entregas-me a tua mão como se fosse a tua grande preciosidade, tocas-me com a tua pele suave. Um cheiro agradável paira no ar. Percorres cuidadosamente as expressões da minha cara, olhas fixamente para os meus olhos e dizes-me: "Sabes? Vejo um mundo dentro de ti.". Arrepio-me, está frio, o vento sopra com força mas esqueço tudo isto porque, estás aqui. Encaracolas os meus cabelos como eu faço a mim mesma, formando saca rolhas. Olhas mais uma vez para mim e sinto que depositas confiança, sinto a força do teu olhar. Tu não sabes, não o digo, mas receio entregar-me, receio deixar-me ir nas tuas palavras e nos teus gestos. Talvez receio de fantasiar e de sonhar.
Envolves-me nos teus braços, com força, como se tivesses medo que eu fugisse. Tenho a cabeça no teu peito, oiço o teu coração. "Não pares!", penso eu inconscientemente. Assim ficamos nós, à beira-mar. Sinto a água gelada molhar-me o pés, ora vem ora recua.
De momento afasto-me um pouco de ti . . . Olho, talvez com uma expressão mais confiante, toco-te do mesmo modo como me tocas-te, suavemente descubro as rugas de expressão da tua face, sinto os teus lábios e os teus olhos fechados. Descubro a óptima sensação do que é o contacto da tua pele com a minha. Mais uma vez abraças-me, beijas-me ao de leve a cabeça e sussuras ao meu ouvido: "Obrigada. Amo-te."
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Inspirações momentaneas.