Um dia à chuva fiquei, estagnei os meus pensamentos e disse que seria a última vez, disse que era a última vez de tudo. Chegava de abraços apertados ou beijos carentes, de sorrisos infinitos e de partilhas únicas. Chegava. Ninguém o sabe mas farto-me rápido das coisas e à chuva deixei-me ficar. Deixem-me ficar encharcada, deixem-me sentir frio, deixem-me chorar até não poder mais. Não quero que venham e abram a porta, não quero que escutem e perguntem "Porquê?". Não. Sabem que não quero, sabem ou não que escondo, não gosto, cada um tem as suas coisas. Eu estou perto de vocês, eu vivo com vocês, eu estou cá e não lá, eu fiquei... Dizem-me que passará e que mais tarde será muito melhor, que não precisarei de nada disto, eu acredito. Afinal não é o que tenho feito até hoje? Acreditar que um dia o sol virá e não me incomodarão os seus fortes raios, acreditar em mim e de como ultrapasso as coisas. Às vezes até custa acreditar que estou melhor, não me quero lembrar ou pouco tenho de lembranças. Eu só queria que o silêncio viesse e o bater do meu coração parasse de andar aos saltos ou naquela inconstância habitual. Farta de alterações repentinas e sem as perceber, farta de por vezes não conseguir expressar o "Socorro!", apenas um sorriso e bem estar prevalece.
Hoje dás-me a mão?
Estou insegura, insegura de tudo e de todos. Quero que desapareças insegurança, deixa-me viver sem medos ou receios.
Hoje vamos falar Cherry, falar e falar, rir e mais rir. Ao pé de ti sinto-me bem.